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ENTREVISTA A:

Daniel Noversa

Nome Daniel Noversa
Instituição Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do Minho
Áreas de investigação Sociologia; comunicação intercultural; cultura visual e mediática
ORCID https://orcid.org/0000-0003-2960-0440
CIÊNCIA VITAE https://www.cienciavitae.pt//C015-BC1E-7134

Como começou o teu percurso como investigador?
O bichinho da investigação já o tinha mesmo antes de entrar na universidade. Durante o secundário, alimentava um fascínio especial pelo jornalismo de investigação e pela historiografia, um interesse que adquiri nomeadamente com as leituras que fazia das reportagens de George Orwell e dos ensaios de Tony Judt. Mas o compromisso com a investigação nasceu, e tornou-se-me mais claro, durante a licenciatura. O curso de sociologia da Universidade do Minho foi muito importante para o desenvolvimento dos alicerces do meu pensamento e para cimentar as bases metodológicas da pesquisa social.

Antes de ganhar a bolsa de doutoramento no concurso nacional promovido pela FCT, já havia trabalhado como assistente de investigação no Observatório de Políticas de Ciência, Comunicação e Cultura (POLObs) do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), dando apoio em projetos no domínio das políticas culturais. Esta experiência preservou o meu ânimo e consolidou o meu compromisso com a investigação científica. Desde aí nunca mais parei. O meu gosto por conhecer, decifrar, compreender e aprofundar o mundo social, aliado a uma curiosidade sociológica, foi-se adensando por temas centrados na sociologia da cultura, com enfoque para as questões das identidades culturais, da memória social, da cultura visual e mediática, das migrações e da comunicação intercultural. Neste sentido, centrei a minha atuação académica no estudo das práticas e manifestações simbólicas e culturais nas sociedades, enfim, em interpretar e entender as artes de fazer e representar o mundo que nos rodeia e que, muitas vezes, não estão ao alcance do senso comum ou de um lance de olhar.

Em 2020, para prosseguir esta minha demanda como investigador, inscrevi-me no Doutoramento em Estudos Culturais na Universidade do Minho para consolidar e dar seguimento a estes meus interesses nos estudos sociais da cultura. A par disto, preparei um projeto que submeti ao concurso nacional de bolsas FCT. Desde então que me mantenho a desenvolver a tese, a participar em congressos, a publicar capítulos e a artigos científicos, bem como a colaborar em projetos que se enquadram e cruzam os temas que habitualmente estudo. Um exemplo recente é o MigraMediaActs – Migrations, media and activisms in Portuguese language: decolonising mediascapes and imagining alternative futures (PTDC/COM-CSS/3121/2021).

Qual foi o ponto de partida para o projeto de doutoramento que desenvolves? Fala-nos um pouco desse projeto.
A ideia para a minha tese de doutoramento nasceu de um conjunto de inquietações éticas e de circunstâncias históricas que nas últimas duas décadas estavam a abalar o projeto político-democrático da União Europeia e toldado a meta-narrativa da europeização. Por exemplo, a crise económico-financeira de 2008 na zona euro aumentou a recessão económica e o fosso das desigualdades sociais e estruturais dentro e entre os Estados-membros, além de que a crise dos refugiados de 2015 fertilizou terreno para formações partidárias eurocéticas e populistas e com perspetivas nacionalistas e anti-imigração.

Diante deste contexto, procurei fazer uma abordagem processual ao projeto histórico-político da Europa explorando representações, narrativas e significados que circularam nas paisagens mediáticas nessas ocasiões de forte estrépito mediático através da recolha e interpretação de cartoons políticos e análise da imprensa portuguesa, para a partir delas compreender como o projeto da União Europeia está a ser retratado nas suas dimensões cultural e política e interrogar se ainda são válidos os pressupostos político-doutrinários do seu projeto proto-federalista. Esta indagação visa, sobretudo, apreender e compreender, hermenêuticamente, os enredos, os dilemas e as perceções que emergem no debate público e em decorrência de eventos históricos objetivos no quadro da União Europeia, a fim de identificar os pontos fracos e fortes sobre a democracia na Europa, bem como interrogar, numa perspetiva histórica e sociológica, os sentidos que estão a ser mobilizados e explorados na esfera pública acerca da performatividade política da União Europeia.

Quais os principais desafios que encontraste no teu percurso enquanto investigador? E que estratégias adotaste para lhes responder?
Para mim, o principal desafio continua a ser a gestão do tempo, algo que afeta muito a minha produtividade académica. Estou sempre a fazer ou a envolver-me em muitas coisas ao mesmo tempo e que não têm recompensas imediatas. Porque sou muito desfocado nos meus interesses, o meu percurso científico e, sobretudo, o meu processo de escrita é pouco disciplinado e muito lento, mas isso não significa que não cumpra as minhas tarefas com diligência e de forma sistemática. Aliás, tenho-me dedicado à produção e divulgação de conhecimento, e até colaborativamente, mas não ao ponto de estar sempre a seguir as regras do jogo  desta ciência apressada sem critério ético de modelo neoliberal. A minha estratégia de desempenho no atual sistema científico tem sido bastante modesta por princípio ético. Por exemplo, impus-me a publicar apenas um ou dois artigos por ano e ter presenças pontuais em congressos, a fim de ter tempo e presença ativa noutras demandas fora do perímetro da academia, mas igualmente importantes para a minha saúde mental, desenvolvimento intelectual e progresso cultural.

Atualmente, dedicas-te exclusivamente à investigação?
Por enquanto, sim, e por dever de dedicação exclusiva exigida no quadro regulamentar do Estatuto de Bolseiro de Investigação.

Imaginas o teu futuro ligado à investigação ou gostavas de conhecer outras áreas e enveredar por outros caminhos?
Quando penso no meu futuro profissional, imagino-me inevitavelmente a fazer investigação, seja qual for o meio pelo qual a faça, académico ou não, individual ou coletivamente. A minha vontade é continuar a nutrir este meu fascínio pela descoberta do porquê de as coisas serem assim e não de outra forma, bem como de procurar formas diferentes para interpretar e compreender os objetos e realidades sociais que exploro e estudo. Não é por acaso que tenho a sociologia como minha pegada intelectual primordial e as ciências da comunicação como aliada nesta luta por compreender um mundo hoje tão complicado e tão difícil de consertar.

No futuro gostava de continuar a desenvolver investigação, mas num âmbito mais local e muito menos cosmopolita. Isto é, gostaria de poder trabalhar mais junto de comunidades e de grupos historicamente marginalizados, através de projetos com uma forte componente prática, muito ligados ao mundo particular dessas pessoas, pois, o que cada vez mais me motiva é poder contar histórias e decifrar experiências, dar voz e ferramentas conceptuais mais adequadas às pessoas que não as têm; não julgá-las pelo que fazem, mas para construir com elas algo justo, quer dizer, criar meios de sensibilização e interconhecimento em que ambos possamos corrigir mutuamente os erros comportamentais do presente lançando luz sobre os enganos do passado.

Para dar seguimento a este ensejo de ir contra a um regime de historicidade presentista, para o pós-doutoramento tenho já dois projetos editoriais em vista, um mais académico e outro mais acessível ao grande público, mas também o mais trabalhoso. Por um lado, tenho já preparada uma proposta de número de revista subordinada ao tema “Tecnologia, média e cultura da memória: contributos para uma política de historicidade” e, por outro, tenho em mente desenvolver, em parceria, uma espécie de “livro falado”. A ideia não é nova. Este género de livros tem uma tradição na Europa de Leste. Geralmente, é uma longa e profunda conversa, ou um conjunto de conversas, onde se procura cruzar História global, biografia pessoal e intelectual, com vista a desenvolver um tratado ético sobre as ideias política do nosso tempo. Caso não seja possível a sua concretização, avançaria para a realização de workshops em escolas secundárias que aprofundassem junto desse público particular temas pertinentes da atualidade ou para a conceção e elaboração colaborativa de um manual sobre cultura mediática.

Além disso, pessoalmente, quero continuar a expandir, aprofundar, melhorar e, sobretudo, deleitar-me, com a escrita do blogue que lancei no ano passado – Confabulações Vagabundas – e que dada a várias circunstâncias pessoais menos boas tem estado pouco ativo.

Por que motivo integras o GT de Jovens Investigadores e o que mais gostas no grupo?
A minha integração neste grupo surge porque senti a necessidade de relacionar-me mais com pessoas que trabalham no mesmo meio profissional e que partilham as mesmas inquietações quanto ao empreendimento de uma tese de doutoramento. Neste sentido, vi neste grupo, como em outros da Sopcom, uma oportunidade para ser mais ativo e expandir as minhas bases intelectuais e relacionais, bem como encontrar estratégias para ultrapassar os habituais desafios neste percurso pela academia. Acima de tudo, integrar este grupo fez-me muito sentido, principalmente porque revelou ser bastante heterogéneo no seu funcionamento, muito dinâmico na partilha de experiências e aprendizagens, pela boa e assídua cultura de proximidade entre os coordenadores e os seus membros, bem como por deter instrumentos próprios de produção e divulgação de conhecimento, nomeadamente a Revista Comunicando.

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