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ENTREVISTA A:

Daniela Ferreira da Silva

Nome Daniela Ferreira da Silva
Instituição Universidade do Minho
Áreas de investigação Ciências da Comunicação; Sociologia
ORCID https://orcid.org/0000-0002-1230-5667
CIÊNCIA VITAE https://www.cienciavitae.pt//pt/4812-CDFD-E6CA

Como começou o teu percurso como investigadora?
Nos últimos anos, desenvolvi uma consciência sobre o estado do mundo que me motivou a fazer várias escolhas no meu percurso académico. Depois de terminada a minha licenciatura em Sociologia, em 2018, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, iniciei o meu mestrado na mesma área. Por essa altura, irromperam pelas redes sociais os protestos de Greta Thunberg em frente ao parlamento sueco, exigindo uma ação política do governo para fazer cumprir o Acordo de Paris. No ano seguinte, as Fridays for Future deram lugar a enormes mobilizações de jovens que reclamavam um futuro para a sua geração. Nunca os jovens – uma camada etária excluída da política convencional e alvo de preconceitos adultistas – demonstraram tão vividamente o seu descontentamento pelos sistemas políticos e económicos atuais. A chegada desde fenómeno a Portugal despertou em mim uma consciência ambiental e política que motivou muito a minha imaginação sociológica. É por aqui que tenho feito investigação.

Qual foi o ponto de partida para o projeto de doutoramento que desenvolves? Fala-nos um pouco desse projeto.
No início de 2022, surgiu uma vaga para o projeto JUSTFUTURES. O JUSTFUTURES é um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) que tem vindo, desde 2021, a estudar o movimento climático jovem em Portugal. O projeto é coordenado pela professora Anabela Carvalho, na Universidade do Minho, mas estão integradas outras instituições como a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto e o Instituto Universitário de Lisboa. Trata-se de um projeto de caracter qualitativo que tem trabalhado várias metodologias desde a etnografia digital, passando pela dinamização de grupos focais, até à análise crítica do discurso.

Na altura da candidatura ao lugar, eu já estava muito familiarizada com literatura relacionada com participação política dos jovens e, particularmente, sobre essa participação no âmbito das alterações climáticas. Em 2021, tinha-me candidatado a uma bolsa FCT (sem sucesso) com um plano de trabalhos relacionado precisamente com o ativismo jovem climático em Portugal.

Fui selecionada para ficar no projeto e até então é no JUSTFUTURES que reside o meu trabalho de doutoramento. O plano com o qual me candidatei a uma bolsa FCT este ano é uma continuação do meu trabalho no JUSTFUTURES e é informado pelo trabalho que tenho feito, nomeadamente no estudo dos imaginários políticos dos grupos ativistas climáticos em Portugal, assim como pelo conhecimento desenvolvido por todos/as os/as colegas da equipa que trabalharam noutras tarefas do projeto. Neste plano já conseguimos desenvolver várias atividades planeadas, como o desenho e dinamização de workshops colaborativos com jovens com diferentes níveis de experiência em ativismo, desde os mais envolvidos até aqueles com pouca ou nenhuma experiência. Trabalhamos com eles modos de elevar a voz dos jovens no debate público das alterações climáticas. Fizemos estes workshops no Porto e em Lisboa e tivemos excelente feedback da parte dos jovens. Tivemos jovens que sugeriram que estes workshops fossem integrados nas escolas.

Quais os principais desafios que encontraste no teu percurso enquanto investigadora? E que estratégias adotaste para lhes responder?
Existem vários desafios que se colocam quer à própria dinâmica do doutoramento, quer ao percurso de investigação. Identifiquei dois desafios logo no início.

Um teve que ver com a dinâmica do meu doutoramento, que é tutorial, e por isso não tive nem a parte curricular, nem a ideia de “turma”. Por um lado, eu sou socióloga, tive algum contacto com a Sociologia da Comunicação e ainda com uma cadeira sobre Paradigmas das Ciências da Comunicação numa experiência muito curta de um outro doutoramento que frequentei, mas não vim da Comunicação. Por isso, o meu primeiro ano do doutoramento foi muito desafiante e quase autodidata, no sentido em que tive de estudar várias coisas desconhecidas, sobretudo sobre a metodologia, para avançar com o trabalho que estava previsto. Por outro lado, não ter tido “turma” dificultou-me ainda mais a integração na vida académica. Contudo, se assim não fosse, não sei me teria candidatado a um lugar na Universidade do Minho, porque, apesar de poder trabalhar em casa, vivo longe.

O segundo desafio tem que ver com a organização da minha tese por artigos. Esta modalidade exige de mim muita disciplina com a escrita e com as leituras, assim como a própria organização do trabalho. Costumo dizer que “em cada artigo, uma tese”. Sinto que é muito trabalhoso, mas é sempre uma segurança para mim, visto que são trabalhos publicados que já foram revistos.

Além destes aspetos mais internos, ultimamente tenho pensado muito nos mal-estares da cultura académica como um grande obstáculo: a pressão da publicação, os meses de espera para uma revisão, os quartis das revistas, o pouco tempo de reflexão em grupo, etc. Outra questão passa pela indústria da publicação. Os números de lucro das grandes revistas são absurdos, são autênticas máquinas de fazer dinheiro, mas ao mesmo tempo é para lá que temos de enviar os nossos trabalhos. Gera-se muita frustração perante estas questões mais estruturais.

Por fim, permanecem aqueles desafios clichés da rotina da investigação: a falta de motivação para ler, a dificuldade de começar a escrever, o sentimento de solidão, o alinhavar dos artigos de modo que a tese fique coerente, lidar com as pessoas que nem sempre trabalham do mesmo modo que nós, gerir expectativas, etc.

Ainda assim, há que encontrar estratégias para aquilo em que posso ter controlo, como criar espaços de cuidado pessoal, ter hobbies ou estabelecer limites de tempo de trabalho.

Atualmente, dedicas-te exclusivamente à investigação?
Este ano ganhei uma bolsa FCT, por isso, é-me exigida a dedicação exclusiva à investigação.

Imaginas o teu futuro ligado à investigação ou gostavas de conhecer outras áreas e enveredar por outros caminhos?
Quando penso nisso ocorrem-me dois caminhos. Em todos eles, gostava de me poder manter ligada à dinâmica de investigação. Entre 2019 e 2022 trabalhei na implementação do Observatório Social da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. Era um dispositivo muito interessante, porque fazíamos investigação encomendada pela câmara e trabalhávamos materiais acessíveis à população (por exemplo, a newsletter mensal). Imagino-me com uma ligação às câmaras municipais ou outros órgãos locais que me permitam manter uma lógica de investigação na área social e a dinamização de ações mais tangíveis, coisa que nem sempre acontece na carreira académica, quer pelos tempos de publicação, quer pela dificuldade em divulgar certos produtos por causa da linguagem académica.  

Um outro caminho seria manter-me na carreira académica, mas apenas como investigadora. A carreia docente não me seduz de maneira nenhuma, mas quicá! De qualquer modo, continuo com muita vontade de me manter em projetos com uma forte componente prática, muito ligados ao terreno.

Veremos!

Por que motivo integras o GT de Jovens Investigadores e o que mais gostas no grupo?
Em 2022 integrei a Sopcom. Quis juntar-me a quase todos os grupos, na altura, por pura curiosidade, e associei-me a vários. No início deste ano, aquando do XIII Congresso da Sopcom na Universidade do Minho, pensei em espreitar as assembleias de vários grupos. Vi a sala do GT dos Jovens Investigadores e juntei-me. Um grupo aparentemente indefinido à priori fez-me todo o sentido – somos jovens investigadores de diferentes áreas de estudo e por isso não sinto necessidade de me fechar a um só grupo temático; além disso, estamos todos em “início”, o que quer dizer que podemos partilhar as inquietações e vitórias desta etapa. Já colaborei com o GT na organização da última escola de versão e tenho colaborado na newsletter mensal. Gosto muito da relação que a coordenação do GT tem como os/as associados/as e as dinâmicas que o GT oferece.

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