DESTAQUES

Presidente da SOPCOM em Maputo

Moisés de Lemos Martins foi um dos oradores convidados para a abertura de um congresso sobre 'Tecnologias da Informação e da Comunicação: novas dinâmicas sociais' que se realizou em Maputo entre os dias 24 e 25 de julho. Organizado pelo Instituto Superior Monitor de Maputo, em colaboração com o CECS (no quadro do projeto 'Narrativas Identitárias'), este congresso reuniu vários investigadores portugueses e moçambicanos, que refletiram sobre o papel das redes sociais na construção do sentido de comunidade. Na sessão inaugural, o presidente da SOPCOM partilhou a mesa com o investigador norte-americano Joseph Straubhaar e com o presidente da Associação Moçambicana da Sociologia, Patrício Langa, proferindo uma conferência intitulada 'Globalização, redes sócio-técnicas e diálogo intercultural - a cultura-mundo e a lusofonia'.

No contexto desta visita à capital moçambicana, Moisés de Lemos Martins realizou várias reuniões de trabalho com investigadores moçambicanos. Com o objetivo de reaproximar a comunidade científica moçambicana da LUSOCOM, nesta jornada o presidente da SOPCOM (que preside também atualmente à federação lusófona de ciências da comunicação) procurou também motivar os principais responsáveis pela área em Moçambique para uma rede de cooperação mais estreita com os outros países do espaço lusófono.  

CONGRESSOS

Três eventos científicos marcam a rentrée em setembro

O próximo ano letivo arranca com pelo menos três eventos científicos de relevo para as ciências da comunicação. O primeiro acontece em Braga. É a segunda edição do Congresso Internacional de Comunicação, Cognição e Media, que este ano debate o discurso político e económico. Decorre de 19 a 21 de setembro e é organizado pela Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa.

A 24 de setembro realiza-se no Porto, nas instalações do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, na praça Coronel Pacheco, o segundo encontro do GT de Jornalismo. Para além de sessões que somam quase três dezenas de comunicações, este seminário inclui também uma sessão plenária para discutir a investigação em jornalismo nas línguas ibéricas.

Dois dias depois realiza-se, em Lisboa, no ISCSP, a terceira edição de R@dio em Congresso, que este ano se dedica à música. A 27 começa o X Congresso da LUSOCOM, centrado no tema 'Comunicação, Cultura e Desenvolvimento'. Reunindo cerca de três centenas de investigadores, na maioria portugueses e brasileiros, este encontro, que também decorre no ISCSP, organiza-se em 16 grupos temáticos e acolhe mais de duzentas comunicações.

BOLSAS

Decorre até 30 de setembro o concurso para a 2ª edição do Prémio Expresso Jornalismo Jovens Talentos. Numa iniciativa que resulta de uma colaboração entre o Gabinete para os Meios de Comunicação Social e a Comissão Nacional da UNESCO, este prémio visa distinguir trabalhos jornalísticos que versem sobre 'O papel dos media na vida das pessoas'. De acordo com o regulamento do concurso, o autor do trabalho premiado poderá realizar um estágio de três meses no jornal Expresso. »»

REVISTAS CIENTÍFICAS

Estudos de Jornalismo

Está aberto o período de submissão de propostas para o primeiro número da revista Estudos de Jornalismo, editada pelo GT Jornalismo e Sociedade da SOPCOM. »»

NOTÍCIAS/EVENTOS CIENTÍFICOS

Investigadores portugueses no International Council da IAMCR

Manuel Pinto foi eleito para o International Council da IAMCR - International Association of Media and Communication Research. O professor e investigador da Universidade do Minho junta-se assim a Helena Sousa, que integra aquele órgão na qualidade de chair da secção de Economia Política desta associação.

Anuário Internacional de Comunicação Lusófona disponível online

O Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade acaba de disponibilizar online as versões integrais de cinco números do Anuário Internacional de Comunicação Lusófona. Tendo sido responsável pela edição em papel desta publicação entre 2007 e 2011, o CECS torna agora acessíveis, de forma gratuita, todos os textos publicados nestas edições. A partir de 2012, a edição deste anuário é da responsabilidade da AGACOM, associação galega de investigadores em comunicação. »»

 

Investigadores portugueses com numerosa participação no congresso da IAMCR

Vários investigadores portugueses (da Universidade Lusófona, da Universidade Católica, da Universidade do Minho e da Universidade do Porto) participaram na conferência anual da IAMCR, que se realizou em Durban, na África do Sul, entre os dias 15 e 19 de julho. Para além de várias comunicações apresentadas no contexto das diversas secções e grupos de trabalho, a comunidade portuguesa marcou também presença num painel sobre a Lusofonia, integrado por Helena Sousa e Moisés de Lemos Martins.

Luto na direção da CONFIBERCOM

Morreu no passado dia 27 de julho o investigador brasileiro Valério Brittos, que integrava a direção da CONFIBERCOM na qualidade de Diretor Administrativo. Professor da Unisinos, Valério Brittos publicou vários trabalhos de Economia Política da Comunicação, área em que se destacou no quadro das ciências da comunicação no Brasil. Na equipa diretiva da CONFIBERCOM será agora substituído por Pedro Jorge Braumann, suplente do cargo de Diretor Administrativo da lista eleita em abril passado.

Escola de Verão da SOPCOM satisfez participantes

A primeira edição da Escola de Verão da SOPCOM, que decorreu no ISCSP em Lisboa, entre os dias 9 e 13 de julho, acolheu 25 participantes de várias instituições de ensino superior do país. Com um programa intenso de trabalhos, a escola reuniu o contributo de vários professores e investigadores, abordando temáticas variadas relacionadas com as metodologias de investigação. De acordo com os organizadores, a iniciativa teve resultados muito positivos, quer em termos formativos quer em termos de interação e relacionamento entre os participantes.

LIVROS

ELIAS, Herlander (2012) The Anime Galaxy: Japanese Animation as New Media. Covilhã: LabCom [eBook] »»

EDITORIAL

Existimos como comunidade científica há quinze anos. Foi em 1997 que fizemos o primeiro Congresso Lusófono de Ciências de Comunicação; em 1998 que criámos a Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação e em 1999 que realizámos o I Congresso da SOPCOM. Mas foi sobretudo a partir de 2005 que crescemos como comunidade científica. Hoje, são mais de uma centena e meia os doutorados em Comunicação por universidades portuguesas, e mais de três centenas de estudantes de Comunicação prosseguem estudos de doutoramento em Portugal. Em 2012, houve trinta e uma candidaturas a bolsas de pós-doutoramento em Comunicação pela FCT e cento e sete candidaturas a bolsas de doutoramento. Quatro centros de investigação em Ciências da Comunicação têm sido financiados regularmente pela FCT, desde 2003, no quadro do programa plurianual, e mais recentemente, desde 2011, no quadro do programa de Projetos Estratégicos (PEst).

Sendo este o contexto, compreende-se mal que a FCT tenha decidido alterar a política de apoio à investigação, a ponto de ter anunciado não avaliar mais os centros da rede científica nacional – ao todo 132 centros de investigação. E percebe-se muito menos, ainda, que em agosto, ou seja, com mais de metade do ano transcorrido, a FCT continue a reter as verbas que cabem, por contrato, às unidades de investigação.

Não tem sentido nenhum ter andado o Estado Português, durante uma década, a criar centros de competência cientifica, numa rede que internacionalizou rotinas e equipas de investigação, e que tornou os investigadores portugueses pares entre os seus colegas da comunidade científica internacional, para de um momento para o outro regredirmos para finais dos anos noventa.

A investigação não é uma coisa de somenos na política de desenvolvimento humano de um país. A Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação já fez conhecer, em junho, ao Ministério da Educação e da Ciência, o que entendiam aqueles que no país investigam em ciências da comunicação. Mas também não se percebe a razão pela qual os responsáveis pela política científica do país respondem apenas com um pesado silêncio. Não creio que existam soluções para a investigação, assim como para o país, ao arrepio da comunidade científica nacional.

Moisés de Lemos Martins