SOPCOM
Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação
Newsletter de janeiro de 2016

EDITORIAL

Começar de novo

Parafraseando um mote repetido, ad infinitum, a propósito de muitas outras coisas, diremos que a FCT é demasiado importante para ser deixada aos políticos responsáveis pela FCT.
A razão é óbvia: como se refere no próprio site da Fundação, “a história da FCT, a sua criação e sua actividade (sic), confunde-se com o percurso da própria história da ciência e da tecnologia e da organização da ciência em Portugal.” (http://www.fct.pt/historia/)
Mesmo se a história da FCT não chega ainda a escassas duas dezenas de anos – ela foi criada em 1997, era José Mariano Gago titular do novel ministério da Ciência e Tecnologia -, a ideia de que o Estado deve contribuir decisivamente para o fomento da ciência e tecnologia remonta pelo menos à criação da Junta Nacional para a Investigação Científica e Tecnológica (JNICT), em 1967, de que Mariano Gago foi um dos presidentes.
Para além daquilo que a lei estipula como sua missão, a política científica concreta da FCT dependeu sempre muito quer da orientação política geral do governo vigente quer, sobretudo, da visão dos seus presidentes: Luís Magalhães (1997-2002), Fernando Ramôa Ribeiro (2002-2005), João Sentieiro (2006-2011) e Miguel Seabra (2012-2015). Também porque, e excetuando talvez o exercício governativo de Mariano Gago, estes presidentes constituíram, de facto, os verdadeiros “ministros” da ciência em Portugal.
Esta realidade foi ainda mais patente no exercício do último presidente da FCT, Miguel Seabra - que não se coibiu de ocupar amplamente, em matéria de política científica, o lugar deixado totalmente vazio pelo ministro Nuno Crato. Provavelmente, nenhum outro presidente antes de Miguel Seabra teve um poder tão grande e tão decisivo como ele. 
Ora, quanto maior o poder, maior o risco da discricionariedade. De facto, “discricionária” é o mínimo que podemos chamar à ação do Professor Seabra à frente da FCT, que teve como sua coroa de glória o bizarro exercício de “avaliação” e “reestruturação” dos centros de investigação científica portugueses, passando ainda por aspetos não menos gloriosos como a diminuição drástica das bolsas individuais de doutoramento e pós-doutoramento ou a quase eliminação dos projetos de investigação nas áreas das Ciências Sociais e Humanas.
O atual ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, pensou - e bem - que urgia (urge) repensar a organização e a ação da FCT. Criou, para isso, um Grupo de Trabalho integrando cientistas e investigadores de várias regiões do País e de várias áreas científicas, incluindo as Ciências Sociais e Humanas.
Estranhamente, porém, não incluiu nesse Grupo de Trabalho alargado nenhum investigador das Ciências da Comunicação – uma área que engloba, em Portugal, várias centenas de docentes e investigadores e largos milhares de estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento.
A SOPCOM, enquanto associação científica representativa desses docentes, investigadores e estudantes, não podia deixar de chamar a atenção do senhor ministro para esse lapso (chamemos-lhe assim), pelo que decidiu enviar-lhe a carta que se publica nesta newsletter.
Essa carta, até ao momento em que escrevemos, não teve qualquer resposta - nem do senhor ministro nem de qualquer dos seus assessores.
Para quem diz pretender começar de novo esta não será, certamente, a atitude mais adequada para começar…
 
Paulo Serra

Presidente da Direção da Sopcom  

DESTAQUES

Sopcom aguarda resposta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

O Grupo de Trabalho criado pelo Governo para repensar a FCT integra investigadores de várias regiões do País e de várias áreas científicas, incluindo as Ciências Sociais e Humanas. No entanto, não inclui qualquer investigador das Ciências da Comunicação. Ambicionando perceber porquê, a Sopcom escreveu ao Sr. Ministro Heitor Pinto mas, até ao momento, não teve qualquer resposta. A carta pode ser lida na íntegra aqui.




Novo número da Revista Estudos de Jornalismo do GT Jornalismo e Sociedade

Já se encontra disponível o primeiro volume da edição temática “Tendências do jornalismo em países de língua portuguesa”, uma parceria das revistas Estudos de Jornalismo(Portugal) e Dispositiva (Brasil). O texto pode ser consultado na íntegra no site da revista.

PUBLICAÇÕES

Pinto-Coelho, Z. Zagalo, N. & Ruão, T. (ed.). (2016).Comunicação, culturas e estratégias (IV Jornadas Doutorais Comunica



Tourinho, C. (2015). Uma porta nova para a televisão - Telejornalismo interativo entre a promessa e a realidade. Lisboa:

Oliveira Martins, L. (2015). Concentração dos Media e Pluralismo: A imprensa portuguesa no contexto da União Europeia.

Pereira, S., Pinto, M. & Moura, Pedro (2015). Níveis de Literacia Mediática: Estudo Exploratório com Jovens do 12º ano.



CALL FOR PAPERS

IAMCR

Memory, Commemoration and Communication: Looking Back, Looking Forward
University of Leicester, Reino Unido
Call aberto até 15 fevereiro, 2016

Revista Comunicação e Sociedade

número especial sobre “Serviço Público de Média e Participação”
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Congresso internacional

"Redes de Cooperação Cultural Transnacionais: Um olhar sobre a realidade lusófona"
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Chamada de artigos até 29 fevereiro 2016

Revista Comunicación

nr 34. 
Call aberto até 11 março 2016

Diffractions

Graduate Journal for the Study of Culture | Issue 7 - Black Matters 
Call aberto até 30 maio 2016

AGENDA

Spring School on the intersection of Media Studies and the Sociology of Personal Life

Lisboa,11-15 Abril 2016

XI Conferência da Associação Europeia de Gestão dos Media - Criatividade, Coopetição e Incerteza nos Media.

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 2 – 4 Junho 2016

The Radio Conference 2016: Transnational Radio Encounters

Utrecht University
5-8 julho 2016

IAMCR - Memory, Commemoration and Communication: Looking Back, Looking Forward

University of Leicester, Reino Unido
27-31 julho 2016

ECREA – Mediated (Dis)Continuities: Contesting pasts, presents and futures

Praga
9-12 novembro 2016

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