A avaliação das unidades de Ciências da Comunicação pela FCT
Muito mais cedo do que
a maior parte de nós esperava – aqui fica a nota positiva –, a FCT publicou, no
dia 24 de junho, os “Resultados Provisórios da Avaliação de Unidades I&D
2017/2018 e o Relatório Final Preliminar da Equipa de Coordenação do Processo
de Avaliação” (disponível online).
Dado que esses
resultados irão determinar a vida das unidades de I&D de Ciências da
Comunicação, e não só, nos próximos quatro anos (2020 a 2023), convém dar-lhes
aqui o devido relevo – mesmo se, como se refere no anúncio da FCT, esses
resultados são ainda “provisórios”.
Como é do conhecimento
geral, submeteram-se a avaliação, no painel de Ciências da Comunicação, quatro
unidades de I&D (por ordem alfabética): CECS, da Universidade do Minho;
CICANT, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias; ICNOVA, da
Universidade Nova de Lisboa; LABCOM, da Universidade da Beira Interior. No seu
conjunto, essas quatro unidades incluem um total de 229 investigadores doutorados
integrados.
Em relação a essas
unidades foram propostas duas classificações de Excelente (CECS e ICNOVA), uma
de Muito Bom (LABCOM) e outra de Bom (CICANT). Em termos globais, é atribuído a
essas quatro unidades um financiamento total de 5 566 K€ (K€=milhares de
euros), dos quais 3 566 K€ correspondem a financiamento base e 2 000
K€ a financiamento programático, no qual está incluído o custo da contratação
de 6 investigadores doutorados. São ainda atribuídas, às quatro unidades, 24
bolsas de doutoramento para apoio dos programas doutorais que têm em
funcionamento.
O mínimo que se pode
dizer, destes resultados, é que eles demonstram o reconhecimento, por parte de
um painel totalmente estrangeiro – constituído por duas investigadoras
inglesas, duas americanas e um canadiano -, não só da qualidade que as Ciências
da Comunicação atingiram em Portugal, mas também de que essas Ciências da
Comunicação se situam ao nível do que se faz em países com a Inglaterra, os
Estados Unidos da América e o Canadá.
É certo que, ao longo
dos anos, e dos diversos processos avaliativos, unidades de Ciências da
Comunicação houve que ficaram pelo caminho – ou desapareceram, ou se fundiram,
ou se reconfiguraram -, mas poderíamos dizer que aquilo que se perdeu em
quantidade se ganhou, se não em qualidade, pelo menos em foco.
Resta-nos, apenas – e
este “apenas” é imenso – aproveitar os
próximos quatro anos para procurarmos sustentar e aprofundar a qualidade que
outros agora nos reconhecem. Esse esforço, que é de cada um dos investigadores
e de cada uma das unidades de investigação, é também da área das Ciências da
Comunicação com um todo – e é aí que, como sempre, a SOPCOM terá de ter uma
palavra a dizer: agregando, mobilizando, organizando.
Paulo Serra