Um ano de 2020 com (mais) lusofonia
No que se refere às
atividades da Sopcom, o ano de 2020 vai ficar marcado pela lusofonia.
Referimo-nos, nomeadamente,
às seguintes atividades já agendadas para este ano:
i) A publicação, nas
próximas semanas (mas ainda com data/ISBN de 2019), da edição 2017/2018 do Anuário
Internacional de Comunicação Lusófona, cujo tema central é "Os desafios da pesquisa em comunicação
no espaço lusófono".
ii) O lançamento, também
nas próximas semanas, da chamada de trabalhos para a edição 2019/20 do Anuário,
que terá como tema central “Geografias da diversidade”. Importa referir ainda,
nesta matéria, a nossa expectativa de que, já em 2021, se possa retomar a
edição anual do Anuário, quebrada por razões circunstanciais, e que
consideramos uma condição essencial para a (re)afirmação do impacto editorial e
científico do mesmo.
iii) A realização do XIV
Congresso da Lusocom, no final do ano, na/pela Universidade do Porto, e cuja
chamada de trabalhos será anunciada em breve.
As três atividades
referidas serão, certamente, ocasiões privilegiadas para o aprofundamento das
relações científicas, culturais e humanas entre investigadores de diferentes
comunidades e tradições – e que, não estando propriamente na situação da
“tradição radical” teorizada pelo filósofo Willard van Orman Quine, estão
sempre à beira do risco da “luso-afonia” (Mia Couto).
Isto porque, queiramos ou
não, o olhar com que olhamos os outros não equivale nem ao olhar com que os
outros nos olham a nós, nem, sequer, ao olhar com que os outros que olhamos se
sentem olhados por nós.
Filósofos contemporâneos
como Jean-Paul Sartre e Emmanuel Levinas, para referir apenas dois exemplos,
escreveram páginas sobre a questão do olhar do outro que todos teríamos
proveito em ler e meditar neste contexto das relações entre os sujeitos e
comunidades de uma lusofonia que se quer diversa, plural e sem pretensões hegemónicas.
Paulo Serra