Editorial
Para todos os que lidam no seu quotidiano com as Ciências da Comunicação, o período que agora termina foi particularmente desafiante, em termos de trabalho e de investigação. Pandemia e viralização são conceitos sanitários, mas têm na sua génese uma dimensão profundamente comunicacional, humana e política. Com efeito, a Covid-19 e as situações de exceção que se impuseram um pouco por todo o planeta, evidenciaram os equívocos em que incorremos ao assumirmos as lógicas sistémicas, tais como a absoluta mediação tecnológica, como um novo paradigma das nossas sociedades.
Não voltaremos a ser os mesmos, depois do que vivemos, quando ultrapassarmos completamente a pandemia. Porém, a dimensão das alterações que sofreram as nossas rotinas habituais, tanto a nível pessoal como a nível profissional, não consente a ideia de que passamos a viver uma “nova normalidade”. Não há, na verdade, nada de normal no modo como hoje desenvolvemos as nossas atividades. Os últimos meses, e seguramente os próximos, são anormais, atípicos e até insólitos: enganamo-nos se queremos aceitar a distância como o novo normal.
Os efeitos da contenção à Covid-19 vão deixar marcas para toda uma geração. Se a uns tornou mais fortes, a outros está seguramente a causar ainda mais debilidade. No jornalismo, o impacto do Estado de Emergência em que vivemos durante seis semanas traduziu-se num aumento da precarização e na perda de expectativas profissionais. O estudo que a Sopcom acaba de publicar é o resultado de um trabalho colaborativo de investigadores de três universidades (Coimbra, Lisboa e Minho), em parceria com a Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas, o Sindicato de Jornalistas e a própria Sopcom. Os resultados são preocupantes. Embora todos reconheçamos precisar de informação rigorosa e de qualidade e, portanto, de profissionais que a garantam, os jornalistas estão cada vez mais fragilizados como mandatários desse direito de todos a estar informados. Paradoxos de um tempo que tem tudo de extraordinário, ou extra ordem, e nos chama a repensar os nossos processos de mediação contemporâneos, num mundo, tendencialmente, cada vez mais global.
Carlos Camponez e Madalena Oliveira
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Assembleia-geral da Sopcom |
Decorreu em Lisboa, na Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias, no passado dia 18 de julho, a Assembleia-Geral ordinária de sócios
da Sopcom. Após apresentação pelo Presidente da Sopcom, o Relatório de
Atividades e Contas de 2019 e o Plano de Atividades para 2020 foram aprovados
por unanimidade. Os relatórios de atividades podem ser consultado no site da Sopcom. |
Bola Branca da Rádio Renascença, de Luís Miguel Nogueira, é o 2º volume da Coleção Cadernos Sopcom |
A Sopcom lançou o 2º volume da coleção CADERNOS SOPCOM, uma série de
publicações de pequena/média dimensão, que visa promover a divulgação
científica de trabalhos da autoria dos sócios nos vários domínios das Ciências
da Comunicação. A edição da coleção é da responsabilidade da Direção da Sopcom
em colaboração com os coordenadores dos Grupos de Trabalho.
O CADERNO SOPCOM
02 é da autoria de Luís Miguel Nogueira, jornalista e editor de desporto da
Marcoense FM. Com o título Bola Branca da Rádio Renascença.
Contributos para uma história, este número revisita a história de um dos
programas de desporto mais emblemáticos da rádio portuguesa. Numa edição
exclusivamente digital, a publicação está disponível em acesso aberto no site
da Sopcom, aqui: http://www.sopcom.pt/ficheiros/CadernosSOPCOM-02-RadioMeiosSonoros.pdf
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Sopcom participa em estudo sobre Jornalismo no Contexto da Pandemia Covid-19 |
O domicílio dos
jornalistas substituiu as redações. O número dos profissionais que não faz
reportagem aumentou. Uma percentagem significativa de jornalistas enfrentou,
durante o Estado de Emergência, as consequências do lay-off e
viu os seus rendimentos ou os do seu agregado familiar baixarem. As
expectativas sobre a profissão baixaram significativamente. A crise sanitária
aumentou as preocupações com princípios deontológicos como o rigor da
informação. As tendências de precarização e a crise dos média agudizaram-se.
Estas são
as principais conclusões do Estudo sobre os Efeitos do Estado de
Emergência no Jornalismo no Contexto da Pandemia Covid-19, que
inquiriu 890 jornalistas em Portugal, entre os dias 22 de maio e 8 de junho de
2020.
Desenvolvida por
investigadores do Centro de Administração de Políticas Públicas e do Instituto
de Ciências Sociais, da Universidade de Lisboa, do Centro de Estudos de
Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, e do Centro de Estudos
Interdisciplinares do Século XX, da Universidade de Coimbra, esta pesquisa foi
realizada numa parceria com a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista
(CCPJ), com o Sindicato de Jornalistas (SJ) e com a Associação Portuguesa de
Ciências da Comunicação (Sopcom).
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“Ensaio sobre a pirataria digital” da autoria de Jorge Vieira é o 2º volume da Coleção Sopcom |
Encontra-se disponível nas livrarias, o 2º volume da Coleção
Sopcom, uma obra resultante do 1º lugar no Concurso Prémio Paquete de Oliveira
- Teses de Doutoramento.
“Ensaio sobre a pirataria
digital” de Jorge
Vieira versa sobre a pirataria
como um importante meio informal de mediação e circulação de cultura. Enraizado
numa sociologia da mediação e nas ciências da comunicação, este livro propõe
uma interrogação crítica às perspetivas hegemónicas sobre o fenómeno. Jorge Vieira é professor auxiliar no ISCTE -
Instituto Universitário de Lisboa, doutorado em Sociologia, mestre em
Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação e desenvolve investigação no
Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL) e no OberCom –
Observatório da Comunicação.
A Coleção
Sopcom, resultante de uma parceria com a editora Documenta, propõe-se
publicar livros da área da Comunicação, escolhidos com base em concursos
públicos e abertos: antologias organizadas pelos sócios, no âmbito do Prémio
Livros Sopcom, e teses de doutoramento de estudantes portugueses, no âmbito do
Prémio Paquete de Oliveira. Com este apoio à publicação, a Sopcom pretende
contribuir para a reflexão sobre o fenómeno da comunicação - de interesse para
especialistas, académicos e profissionais, assim como para a construção de uma
cidadania mais participada e consciente.
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Concurso Coleção Livros Sopcom (3ª edição) |
Dia 31 de agosto de 2020 é a
data limite para submissão de manuscritos para a 3ª edição do concurso Coleção
Livros Sopcom. Com esta coleção, a Sopcom procura dar a conhecer trabalhos de
investigação na área das Ciências da Comunicação, promovendo a excelência da
produção científica realizada por investigadores portugueses. O regulamento do
concurso está disponível no site da sopcom. |
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