O Museu Virtual da Lusofonia
A Sopcom transporta, desde a sua criação, a vocação da lusofonia.
De facto, convém lembrá-lo, a decisão de criação da associação
portuguesa de investigadores de ciências da comunicação surgiu no decurso da
realização do I Encontro Luso-Brasileiro de Ciências da Comunicação, na
Universidade Lusófona, em Lisboa, em novembro de 1997. Logo nesse Encontro se
decidiu, também, a constituição da Lusocom, a federação lusófona de ciências da
comunicação, com o objetivo de integrar os países de expressão oficial
portuguesa e a Galiza.
Os múltiplos congressos, projetos editoriais e outros em comum,
bem como o contínuo intercâmbio de estudantes, investigadores e criadores têm
vindo a corporizar, ao longo dos anos, esta vocação da Sopcom e da Lusocom para
a lusofonia.
A criação do Museu Virtual da Lusofonia em 2017, pelo Centro de
Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), da Universidade do Minho, e a sua
disponibilização na plataforma Google
Arts & Culture em setembro de 2020, representam, sem
dúvida, passos muito importantes na construção de uma comunidade lusófona de
investigadores, criadores e cidadãos em geral.
Uma prova da importância não só científico-cultural, mas também
política e diplomática dessa disponibilização do Museu Virtual da Lusofonia na
plataforma Google
Arts & Culture foi a presença do Ministro de Estado e dos
Negócios Estrangeiros na cerimónia alusiva, e em que também marcaram
presença o Reitor da Universidade do Minho, a diretora de
Políticas Culturais da Google e, claro, o criador e diretor do Museu
Virtual da Lusofonia, o Professor Moisés de Lemos Martins, coordenador do CECS.
Não por acaso, o Professor Moisés de Lemos Martins foi um dos fundadores da
Sopcom e seu Presidente entre 2005 e 2015, sendo presentemente Presidente
Honorário da nossa associação.
O Museu Virtual da Lusofonia contava, na data da sua disponibilização no Google Arts
& Culture, com 45 exposições virtuais
multimédia, 256 obras de arte, 112 fotografias, 98 programas de rádio, 19
filmes e dois documentários sobre os países de língua oficial portuguesa.
Dada a sua natureza virtual, o Museu apresenta-se como uma iniciativa
que pretende não só promover a visita e a consulta do acervo referido, mas
também (e cito) a “participação ativa dos cidadãos, na disponibilização de
registos, no comentário às ‘obras’ preservadas no museu, na (re)construção de
uma memória coletiva”.
Paulo Serra